Hoje estava pensando: "Como era mesmo o mundo antes do Google?" Fiquei um tempão filosofando sobre isso...
Antes pra buscar uma informação se olhava em livros, revistas, páginas amarelas, na Barsa... Faz de conta que eu num lembro como era pra num entregar minha idade, ok? Ah, pra você que é mais jovenzinho dá um Google pra saber o que é Barsa, mas coloca enciclopédia senão aparece o time de futebol!
Bem, naquela época o mundo nem parecia difícil, mas olhando hoje... nossa como a gente sofria!
Nesta mesma linha de pensamento me perguntei: E como era a Pesquisa Clínica sem internet? Sem e-mail? Isso eu já não imagino!!! De jeito nenhum!
Imagina você chegar no escritório e... e... não abrir o Outlook??? Meu Deus!!! Eu conseguiria? Será que os monitores chegavam e faziam o que? Iam passar o relatório da visita pro PC e depois passar por fax pra o Patrocinador? Será? Pra falar com o gerente tinha que LIGAR pra ele, nossa que coisa horrível!
Fico com vergonha de perguntar pro povo mais antigo como era a Pesquisa há 20 anos atrás por dois motivos:
1. Pra pessoa não ficar se sentindo velha (geralmente é mulher e nós nos importamos mais do que deveríamos com o quesito idade) e
2. Porque geralmente esta pessoa já é ultra-blaster-master-manager-diretor(a)-presidente, porque já está na área há um tempo.
O CRF eletrônico é uma novidade que veio pra mandar o CRF de papel pro museu, né? Já tem monitor Senior que nunca trabalhou com CRF de papel, olha só!!!
Falando em papel, este é um ponto que a Pesquisa ainda tem muito o que melhorar... Quanto papel a gente usa!!! Já desmatamos metade da Amazônia só imprimindo e-mails pra arquivar naquela parte "Correspondence" que ninguém nunca olha depois... Nem o auditor olha esta divisória da pasta tá?
Tem lugares que já tem arquivo eletrônico mas o pessoal imprime tudo mesmo assim... Vai que, né? Quem trabalha com pesquisa é sempre muito desconfiado, tem um plano de contingência pra tudo... Se o arquivo eletrônico apaga tem o back-up, se o back-up estraga, tem o arquivo em papel! Mas e se o papel pegar fogo? Ah... Com certeza tem um SOP que já contempla isso, don´t worry!
Mas então, alguém aí se arrisca a contar pra gente como era ser monitor há uns 20 anos atrás???
Este é um blog pra contar as aventuras e histórias engraçadas de uma Monitora de Pesquisa Clínica que vive por aí andando por todo canto desse país! Na maioria das vezes estou sozinha, nas situações mais engraçadas inclusive, por isso acho que um blog é uma boa forma de dividir pensamentos e comentários que não consegui fazer pra ninguém no momento. Se você é da área de Pesquisa Clínica vai entender plenamente tudo. Se não for, don´t worry baby, vai entender do mesmo jeito!
5 comentários:
Serve a 10 anos atras? Rsrs
Serve sim!
Podemos sentir como era a vida do monitor há 20 anos atrás quando nosso computador dá pau, a rede da empresa cai ou o outlook pifa! :)
Hahahaha...20 anos eu ainda era jovem e achava que casaria com um homem rico...mas nao deu e virei monitora...rs
Comecei em monitoria há exatos 21 anos.
Como era??? Tinha suas vantagens e desvantagens. Honestamente não sei especificar quais eram as vantagens ou desvantagens, voces decidem.
• Após todos os treinamentos serem feitos e sermos declarados um monitor independente recebíamos, entre outras ferramentas de trabalho, uma caixa de moeda para telefone público (moeda sim, ainda não tinha cartão);
• As vezes um issue sério no centro ou uma dúvida apareciam e tínhamos que chamar o gerente. Tinhamos sorte quando o orelhão ficava nos corredor do Hospital, se não, tínhamos que ir para a rua mesmo (tenho várias estórias engraçadas mas acho que isso seria um tópico em separado: Comunicação há 20 anos);
• Messagem urgente só com Telex (voces sabem o que vem a ser isso?);
• Relatórios em papel carbonado - as vias branca e rosa para a matriz, a amarela no arquivo do monitor;
• CRF em papel (com sorte o carbonado, assim não necessitávamos tirar cópia) e como não podíamos despachar carregavámos tudo como bagagem de mão - imaginem o peso tendo as vezes 30 CRFs (50 folhas cada);
• E os centros de pesquisa então??? PI declarando: „No momento o monitor pode trabalhar no corredor do hospital, olha esse cinzeiro é bom para apoiar o CRF enquanto voce faz SDV (é naquele tempo podia-se fumar dentro do hospital), mas prometemos arrumar um cantinho para voce logo que o estudo começar“ – passaram-se 3 anos e eu no mesmo corredor;
• Isso sem dizer que ao fazer uma visita de qualificação e o PI todo orgulhoso abria o armário ("separei especialmente para os documentos do estudo") e saia uma daquelas baratas enormes e cascudas voando na sua direção;
• Voce ficava uma semana em monitoria e portanto uma semana sem cobrança por parte da matriz ou do chefe, não precisava ler / responder emails no hotel após 11 horas de visita, não tinha revisor de relatórios, o pessoal do centro não te ligava a cada 5 minutos para perguntar „o que eu faço agora???“, não tinha treinamento on line; voce podia ficar pelo menos 2 dias no centro monitorando (conforme o estudo até uma semana) e principalmente, quando voce fazia monitoria era só monitoria, sem TC, sem emails, sem messager, sem celular.
Essa foi só uma pincelada. Teria mais para escrever, mas enfim precido trabalhar: tenho uma TC daqui a 5 minutos de ontem pra hoje chegaram 53 emails – todos urgentes.
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