Já faz algum tempo que escrevi um post classificando os tipos de monitores e daí surgiu a idéia de tentar classificar os tipos de centros de pesquisa.
São muitos os centros que já conheci nesta vida de monitor, e cada um tem uma característica mais marcante, mas, no geral, podemos dividí-los assim:
Centro 5 estrelas (International Plus Advanced):
Este é o sonho de consumo de qualquer monitor, apesar de o monitor, neste caso, ser mero coadjuvante na história. Tudo sempre está correto e impecável. A equipe é capaz de dar treinamento em GCP pra você. Geralmente, estudam o protocolo, gostam de pesquisa clínica e são profissionais com dedicação exclusiva à pesquisa clínica. Centros assim são encontrados na Europa Ocidental, EUA e raros no Rio Grande de Sul.
Cuidados que o monitor deve ter com este tipo de centro: dominar o protocolo e não enrolar quando não sabe a resposta de algum questionamento. Geralmente, este centro inclui pacientes no estudo de uma forma racional, que não sobrecarregue a equipe. Pense duas vezes antes de abrir uma query, veja se não foi você quem viu a informação errada, pois em 80% dos casos, eles estão mesmo certos. Elogie o centro, mas não muito, para não correr o risco de migrar para a categoria abaixo.
Centro I'm God, you're shit:
O nome já diz muita coisa. Neste caso temos duas sub-categorias: os centros assim que são bons e os que são assim e são ruins.
Geralmente, o PI nem sabe quem você é. Se o centro é ruim, com certeza o PI não sabe para que serve o monitor e nem tem interesse em saber. O(A) coordenador(a) é um ser tão superior que quanto ele(a) fala com você, se ouve os anjos cantando "Aleluia", logo a musiquinha desaparece com a bronca que ele(a) te dá. Se a SC é neste nível o PI pode-se considerar que é um ser intocável, já sentado na cadeira de Deus. Nos centros com este perfil, geralmente existe um SI com quem se pode tentar conversar... e resolver as pendências do estudo.
Aqui você, pobre monitor, tem dois caminhos: ou você senta na cadeira de Jesus Cristo e se iguala ao patamar elevado da galera, ou, fica quieto(a), na sua... Você será criticado independente da forma que escolher se comportar. Enjoy it!
Centro fila do SUS:
Muito paciente, pouca qualidade. Neste caso o monitor tem vontade de deitar na pista de Congonhas para acabar com este sofrimento logo. O PI quer colocar paciente no estudo. E só.
Geralmente, a SC é uma funcionária do hospital que "quebra um galho na pesquisa" e ainda não ganha nada $$$ com isso, talvez só uma viagem pra Buenos Aires no meeting do estudo. Centros com baixo entendimento sobre o que é pesquisa clínica e por que raios o monitor tem que ficar indo lá encher o saco! Informações péssimas nos documentos-fonte, terrível no CRF. O que fazer??? Chorar é uma boa... Ou então, tentar pegar na mão da equipe e ensidar tudo o que você conseguir, lembrando que isso só será possível se houver interesse da outra parte.
Centro Ilha de Lost:
O prontuário, os exames, a medicação... tudo parece ter ido para uma outra dimensão, pois você NUNCA encontra oque precisa. O PI? A SC? Estão lá também, na ilha de LOST... literalmente!
Sugestão: ... (se tiver alguma me fale)
Centro Bonde do Tigrão:
Neste centro todos são bons, conhecem tudo, sabem demais. Perfeito, certo? Na hora da monitoria: SURPRISE! Mil desvios, violações e assassinatos ao GCP. O PI, que nunca erra não errou? Então quem foi? Pobre monitor...
Centro Deserto do Saara:
Ninguém te oferece água, banheiro, tomada, internet nada... Às vezes mal te oferecem uma sala descente. Hello! Monitor também é gente! Custa ser um pouquinho receptivo de vez em quando? Estes centros pensam que os monitores de diferentes empresas nunca se falam... Um dia a vingança será maligna! Aguardem!
E você? Que tipos de centros já encontrou?
Este é um blog pra contar as aventuras e histórias engraçadas de uma Monitora de Pesquisa Clínica que vive por aí andando por todo canto desse país! Na maioria das vezes estou sozinha, nas situações mais engraçadas inclusive, por isso acho que um blog é uma boa forma de dividir pensamentos e comentários que não consegui fazer pra ninguém no momento. Se você é da área de Pesquisa Clínica vai entender plenamente tudo. Se não for, don´t worry baby, vai entender do mesmo jeito!